28 junho 2022

felicidade de enfrentar o mundo sozinha ... aos 18.

28/06/2004 as 22:51. Terça-feira.

 Quando paro para analisar o conceito de tempo, o desespero me inunda. Sinto o tempo brincar entre meus dedos e escorregar, fazendo com que eu sempre esteja correndo atrás de algo. Porém, também me invade a vontade de viver. Viver sem pressa, sem medo do tempo, sem restrições.

Como seria se a gente só vivesse?

Viver sem medo de ser feliz ou de fazer alguém feliz, viver sem egoísmo e sem traumas. Viver por viver. 

Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. (Oscar Wilde).

E a existência nos consome ao mesmo tempo que nos preenche. Buscamos a nossa essência e nos contentamos com a nossa existência. "A existência precede a essência", Camus disse. 

Antes, a questão era descobrir se a vida precisava de ter algum significado para ser vivida. Agora, ao contrário, ficou evidente que ela será vivida melhor se não tiver significado. (Camus).

Será que é tão difícil encontrar a nossa essência e viver por ela? O que é essência por natureza? 

Eu sempre acabo voltando a Lalande. E sempre volto para a Clarice. Ela me entende e me faz entender como ninguém. Nunca alguém disse tanto com tão poucas palavras.

Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.

(Clarice)

Não quero somente a liberdade de viver. Quero algo que vai além. 

Algo que não me encha de culpa, algo que não resulte em consequências ruins, algo que eu possa simplesmente viver sem me preocupar se estou vivendo certo. 

O homem está condenado a ser livre, não é, Camus? A liberdade é uma prisão que nos chama atenção.

Ninguém é livre de verdade. Ninguém vive de verdade. Ninguém existe de verdade.

Somos poeira do cosmo que gira, gira e não encontra significado em nada. Somos energia em atuação. Somos projeções? Somos imaginação? O que somos? 

De verdade, já não me interessa as respostas. Decidi que para ser livre, preciso me libertar de tudo aquilo que não sou capaz de descobrir. Entendi que liberdade (no sentido que eu quero) é viver segundo por segundo como se fosse meu último instante para deixar na terra um pedaço de mim. 

Não quero uma vida agitada. Quero apenas ser capaz de viver os momentos intensamente e ser capaz de eternizá-los na minha memória que me trai diariamente. 

Quero ser capaz de amar, mesmo que eu não seja amada. Quero conhecer pessoas e fazer parte da vida delas, pelo menos por uma fração de tempo.

Quero sorrir sem dor, abraçar sem medo, sentir sem restrição. 

Quero sofrer com coragem e superar com resiliência.

Hoje, acordei às 6, cheguei em casas às 17 e vou dormir as 00. Porém, apesar de todo cansaço, hoje foi um dos melhores aniversários que tive, simplesmente porque decidi muita coisa sozinha, aproveitei minha companhia, e fui amada por muitas pessoas. Me senti independente, algo que sempre quis para mim.

Senti que sou capaz de enfrentar o mundo sozinha, sem ninguém. Mas que também tenho pessoas ao meu redor que enfrentariam o mundo comigo. 

A felicidade não se compra, não se constrói, ela vem e vai. É um sentimento que nasce e morre em uma fração de segundo. É uma sensação que tentamos segurar, mas que escorre, assim como o tempo.

Porém, a segunda felicidade é uma escolha. Escolher ser feliz é a felicidade mais genuína que existe.

Dá pra ser feliz sem essa felicidade que vem e vai. Mas é preciso escolher a felicidade pra ser feliz genuinamente. 

10 junho 2022

18 dias para os 18 anos e uma -quase- decepção amorosa

 Faz muito tempo que não escrevo e quase não me reconheço mais. De repente, me vi livre. Senti o vento da liberdade soprar no meu rosto e esvoaçar os meus cabelos, e aí? Não sei explicar a sensação. 

Ainda parece um sonho.

Mas ao meio disso tudo, esqueci de mim. Esqueci daquilo que um dia me completou. Não consigo ler mais... ou alongar meu corpo, nem escrever no blog (que faz parte de mim). Esqueci como se faz isso, como se tem prazer em um livro. Como?

Não sei.

Talvez seja porque eu tinha muito tempo livre antes para investir em mim, e agora dedico meu tempo integral a faculdade, e meu tempo livre gasto em algum rolê aleatório. 

Preciso encontrar o equilíbrio de ser quem sou. 

"Meu coração vagabundo quer guardar o mundo em mim". 

Sinto falta das tardes de leitura, das noites de filmes clássicos. Hoje, passo minhas noites conversando no instagram.

Tenho ficado muito nas redes sociais e no meu celular, umas 4 horas (antes ficava 1h30min). Eu usava de desculpa o fato de que "estou conhecendo pessoas novas", mas virou um vício. Meu objetivo para Junho é largar mão do celular e viver mais o presente.

Sobre a quase decepção amorosa... sei lá. Não é bem uma decepção, é mais um sentimento negativo. Marcamos de sair e ele não me respondeu mais. Fui dormir de maquiagem e com cabelo lindo. Não que tenhamos algo, mas esperava que me tratasse com um pouquinho mais de consideração. 

Porém, depois de ontem, desapeguei. Eu me dedico muito a quem eu acho que mereça, mas quando eu mudo de opinião, esquece! 

Faltam 18 dias para o meu aniversário de 18 e eu mal sei o que fazer. Estou caminhando por um caminho que vai me levar ao sucesso, mas eu queria mais da vida. Não sei como, não sei o porquê. Talvez seja pelo meu melancolismo de hoje, ou talvez porque a vida realmente tem a me oferecer mais. Descobrirei isso nos sete mares do cotidiano. Sábado tem rolê, hoje tem rolê. Não sei se isso me preenche, mas com certeza me alegra.

Não sei que tipo de adulta eu quero ser. Não espero muito da vida. Espero ser feliz, só. Quero a felicidade do dia a dia, quero o amor de arde sem se ver, quero sentir o sol queimando o meu rosto enquanto corro pela praia, quero rir com meus amigos, dormir serena, sem ansiedade, sem pesadelos, sem me sentir inferior. 

Dizem quem aceitamos aquilo que achamos merecer. Esse é meu problema. De traumas e traumas, virei uma pessoa que acha que merece pouco, ou quase nada. 

Ainda há tempo. Há tempo de curar os traumas, as feridas, de se valorizar e só aceitar mais do que merece. 

Hoje estou melancólica pela primeira vez desde que saí de casa. O engraçado é que estou triste. Eu era melancólica todos os dias e não me sentia triste antes. Acho que é porque estou sozinha. Eu gosto de estar sozinha, mas as vezes é ruim. Gosto de ficar a sós com meus pensamentos e minhas reflexões que só fazem sentido pra mim.

Mas as vezes bate a saudade... saudade das pessoas que eu cresci vendo. Saudade da rotina fácil. Da comida quente de mãe. A rotina é pesada e eu só tenho 17 anos. Quando penso no meu dia a dia é normal, mas quando lembro que só tenho 17 anos, me pergunto: como consigo? Eu não sei nada sobre a vida, ainda estou aprendendo a viver. 

Ainda estou aprendendo a nadar os setes mares.

"Mas então o que é o tempo? É a brisa fresca e preguiçosa de outros anos, ou este tufão impetuoso que parece apostar com a eletricidade?"




21 março 2022

Viver a vida como se cozinha feijão

Acabei de perceber isso. Cozinhar feijão sempre me deixa apreensiva e ansiosa, por mais que o faço quase toda semana. Cresci ouvindo que panela de pressão é perigosa e que pode explodir se não tomar cuidado. 

Minha mãe demorou a me deixar cozinhar feijão, mesmo que eu tenha aprendido a cuidar da cozinha e a cozinhar muito cedo. Cozinhar feijão, não. 

Um dia, porém, eu fiz. Fui contra a vontade da minha mão por necessidade. Não tinha feijão cozido e eu precisava deixar a janta pronta para quando os meus pais chegassem do serviço. Respirei fundo, procurei coragem e peguei a panela, enchi de água, lavei o feijão, coloquei na panela e coloquei no fogo com pressão. Fiquei os 30 minutos vigiando cada barulho que a panela fazia e com um medo absurdo dela explodir no meu rosto. 

Deu certo. Fiz um feijão muito gostoso no final. Quando minha mãe chegou, vi que ficou incomodada (porque poderia ter dado errado), mas feliz (porque tinha feijão para a janta).

E só agora que percebi que viver a vida adulta é como cozinhar feijão. Estou apreensiva e ansiosa de sair da casa dos meus pais e mudar de cidade para estudar na federal, e sinto que a qualquer hora a vida vai explodir no meu rosto. Porém, no fundo, estou muito feliz.

Preciso procurar coragem em mim para viver como procuro para cozinhar feijão. Pode ser que dê errado e não fique 100% cozido, mas vai matar a fome. 

Meus pais vão se incomodar, mas ficarão felizes no final (por me ver construindo minha própria vida).

Viver a vida como se cozinha feijão. Com coragem.

07 março 2022

sensation

 eu tô vivendo o sonho. Não acredito ainda. Falta um mês para ir embora de vez de Manhuaçu e agora eu to começando a gostar daqui. Minha vida está um sonho. Março começou sensacional e continua. Sinto o vento da liberdade refrescando o meu rosto todos os dias, nem acredito que isso vai acabar.

eu sei que vou viver muitas coisas maravilhosas em Itabira, mas tenho medo das outras coisas que vou perder aqui em Manhuaçu. Todas as refeições sem mim, as conversas atoas, as brigas, o carinho... é realmente muito difícil assumir a vida adulta. 

agora estou aprendendo que cada escolha é uma renúncia. Me sinto tão em paz e feliz de ir para Itabira, lá é tudo muito lindo e organizado. Mas a saudade vai ficar apertando meu peito todos os dias. Espero conseguir dar orgulho para a minha família e para todos aqueles que depositam esperanças em mim.

espero vê-los direto. Agora eu sei o valor de um abraço. Abrace muito e demonstre amor, porque você não sabe até quando vai conviver com aquela pessoa. Seja grata. Eu quero ser grata.

a vida é linda. e eu passei muito tempo reclamando dela, querendo a vida perfeita, mas eu só queria a liberdade de ser quem sou. acho que estou conseguindo isso, aos poucos. 

só queria desabafar isso mesmo. Quero viver cada instante como se fosse o último. quero sentir o oxigênio invadir minhas células e me dar vida. quero ser feliz como ninguém nunca foi. quero ser grata. quero ser amada. quero sorrir mais. quero fazer tudo o que não fiz. quero fazer tudo aquilo que dizem que não sou capaz. a vida é bela. quero ser bela como ela.

Sensation

Par les soirs bleus d’été, j’irai dans les sentiers,
Picoté par les blés, fouler l’herbe menue :
Rêveur,
j’en sentirai la fraîcheur à mes pieds.
Je laisserai le vent baigner ma tête nue.
Je ne parlerai pas, je ne penserai pas :
Mais l’amour infini me montera dans l’âme,
Et j’irai loin, bien loin, comme un bohémien,
Par la Nature, – heureux comme avec une femme.

Resumo de Fevereiro

 Olá! Como estão as coisas por aí? Já focou na sua respiração hoje? Olhou para o céu por alguns minutos? Agradeceu?

Não sei pelo o que você está passando, mas te garanto que a vida pode ser muito bonita, depende dos olhos de quem a vê. 

Vou me comprometer a trazer, todos os meses, dois posts com "resumos do mês". Um contando tudo que eu consumi na internet ou nos livros, e outro dizendo como foi meu mês em sim.

 Talvez eu faça um post semanal para isso, para resumir os acontecimentos da semana que quero guardar no fundo do meu coração e me deliciar com as memórias mais tarde.

Eu quero saber daqui a 20 anos como eu me senti num sábado qualquer de Outubro. Quero ter histórias para contar para os meus filhos de como vivi a vida. E, para isso, quero começar a perceber as coisas que acontecem ao meu redor, e, principalmente, anotá-las.

E a melhor forma de fazer isso é através de fotos, pois elas registram os momentos. Quero começar a tirar mais fotos, para poder escrever sobre esses momentos depois, e eternizá-los na minha memória.

01 de fevereiro de 2022

Fizemos a comemoração do aniversário da minha mãe aqui em casa, ela ficou tão feliz! Saíram tarde daqui, mesmo sendo em uma terça-feira e todo mundo tendo que trabalhar no dia seguinte.

09 de fevereiro de 2022

Saiu a nota do Enem dois dias adiantados! Fiquei tão feliz que quase chorei junto da minha irmã, na casa da minha vó.

14 de fevereiro de 2022

Comecei a fazer meu Scrapbook (que vou demorar a terminar) e fiquei bem feliz. Exercitava meu lado criativo enquanto ouvia todos os álbuns dos Beatles. 

19 de Fevereiro de 2022

O melhor Sábado do ano até agora. Simplesmente surreal. Foi o Meio Advogado da minha irmã e vivi tantas coisas que vai ficar na memória. Espero que me lembrar disso até ficar velhinha (mas por agora, eu quero esquecer).

20 de Fevereiro de 2022

Embalou junto com o Sábado e ficou como melhor fim de semana do ano. Foi tantas emoções que só meu coração é capaz de sentir. Assisti o Galo ganhar do Flamengo na Super Copa no aniversário da Ju. Que delícia de dia!

22 de fevereiro de 2022

Doei sangue e soube que tinha passado em primeiro lugar no meu curso na Unifei!!!

25 de fevereiro de 2022

Tomei café na casa da Isa com a Mari e elas fizeram um bolinho decorado com coisas da minha faculdade, me parabenizando. Ficou lindo hahaha

27 de Fevereiro de 2022

Aniversário da minha vó, fizemos uma festa de manhã até de tardezinha. Os irmãos dela vieram e muitas pessoas da família que eu não via há séculos. Ela ficou tão feliz. Valeu a pena ficar cansada de trabalhar e cozinhar.

Esse final de semana do carnaval fui para o retiro da minha igreja. Sábado, Domingo, Segunda e Terça.




Fevereiro foi lindo. Obrigada por tudo.
Com amor, Clara.

16 fevereiro 2022

O que é Lalande?

 Voltei. E para dizer o porquê de "Lalande" ser o novo nome do blog. 

Li essa palavra no livro "Perto do Coração Selvagem" da Clarice. E ficou marcada para sempre na minha alma. Clarice sempre teve o dom de dizer aquilo que eu sentia -ou melhor, ela me dizia o que eu não sentia- e não foi diferente com "Lalande". 

Ela está em todos os lugares. Sinto exatamente o que sentia Joana no livro. A passagem é essa:

 - Diga de novo o que é Lalande - Implorou a Joana. 

- É como lágrimas de anjo. Sabe o que é lágrimas de anjo? Uma espécie de narcisinho, qualquer brisa inclina ele de um lado para o outro. Lalande é também mar de madrugada, quando nenhum olhar ainda viu a praia, quando o sol não nasceu. Toda a vez que eu disser: Lalande, você deve sentir a viração fresca e salgada do mar, deve andar ao longo da praia ainda escurecida, devagar, nu. Em breve você sentirá Lalande... Pode crer em mim, eu sou uma das pessoas que mais conhecem o mar.  

"Lalande" não é algo concreto para ser visto, e sim para ser sentido... espero que você sinta também.

Coisas na minha vida que são Lalande:

  • Café fresco (que minha mãe faz) com leite gelado (resultando em um leite morno) pela manhã assim que abro os olhos (é literalmente a primeira coisa que eu faço).
  • Fazer bolo, ou pão, ou biscoito, ou qualquer coisa para eu e minha família tomarmos café da tarde enquanto tagaleramos (é minha refeição preferida).
  • Ler um camalhaço.
  • Olhar para o ceu por longos períodos.
  • Ver a chuva cair pesada e furiosa.
Essas são algumas coisas Lalande na minha vida. Com certeza, existem mais, mas essas são as principais. 

Au Revoir! 

Com carinho, Clara.

15 fevereiro 2022

Lista de coisas para sair da casa dos pais

 Mudei completamente o blog e o tema. Antes, com um layoult mais "nostálgico" e chamando "Eternizada Memória", escrevia sobre momentos os quais queria guardar. Ainda vou fazer isso, mas agora com o foque na minha nova fase de vida. 

Ainda vou fazer um post explicando o porquê do nome do blog. 

Mudei o template para um simples de blogger e personalizei de acordo com meus gostos, e gostei bastante!

Há um mês atrás, nessa postagem, eu disse que voltaria aqui dentro de um mês para contar o que seria da minha vida. E adivinha? O plano funcionou!

A nota do Enem saiu e vou conseguir fazer Engenharia de Controle e automação na Unifei, em Itabira. Vou ter que mudar de cidade, provavelmente morarei dividindo casa com mais outras meninas e tudo vai dar certo!

Vou documentar tudo aqui. Espero que gostem.

Lista de coisas para sair da casa dos pais:

  • Kit de unha
  • Roupas de calor
  • Roupas de frio
  • Protetor solar
  • Shampoo e condicionador
  • Calçados confortáveis
  • Roupa de cama
  • Pijamas
  • Kit de higiene pessoal
  • Perfume
  • Hidratantes
  • Kit para depilar
  • Roupa íntima
  • Livros (muitos deles)
  • Chinelo
  • Fotos para chorar de saudade
  • Dinheiro
É tudo de mais importante que vem na minha mente. Sair da casa dos pais não é fácil, e agora estou entendendo isso. Vou ter que aprender a me virar com o essencial e nada mais. Coisas supérfluas vou deixar para ter quando tiver dinheiro.

Você vão me acompanhar nessa jornada e espero que gostem.

02 fevereiro 2022

Momentos são momentos até não serem mais

 Ontem foi aniversário da minha mãe, e me assusta o tanto que o tempo passa. Não quero que passe  e me encontro remoendo isso como se eu fosse capaz de parar o tempo. 

Mas eu posso tentar eternizar momentos. Esse é meu objetivo. Tenho tentado eternizar só com as memórias, mas acho que nosso cérebro já não sabe como fazer isso, preciso de tirar fotos e escrever sobre como me senti para ter certeza que minhas memórias não vão me trair no futuro.

Minha mãe chamou umas amigas dela para vir aqui em casa comemorar e eu e minha irmã fizemos a comida e decoramos as coisas. Foi bom. Minha irmã ficou uma semana em casa por causa do covid e eu achei bom demais. Sinto falta de momentos só nosso. É bom ter alguém que te entende sem você precisar explicar sua dor.

Enquanto isso, o tempo passa. Eu disse que ia aprender a tocar violão e até hoje não troquei a corda do bendito. Fiquei triste com isso.

Ao mesmo tempo que eu quero que as férias acabe para eu ver o que vai ser daminha vida, eu não quero. Sinto um aperto no peito da vida adulta chegando, dos meus hobbies que vou ter que abdicar. Hoje, nas férias, eu faço os meus horários, leio quando quero, descanso quando quero. E depois? Vou fazer parte do sistema capitalista e virar um robô que não pensa, só vive no automático. Isso me deixa ansiosa. Por que a vida não é mais prazerosa? Por que rotinas? Não seria mais legal poder ver série o dia todo?

Essa sensação me sufoca. Como se eu não estivesse aproveitando as minhas últimas férias antes da vida adulta direito. Espero ser feliz no futuro.

Tudo isso me assusta. Tenho a constante sensação de que não estou aproveitando tudo que posso e que vou sentir saudade depois. Mas não sei como aproveitar "ao máximo". A vida é pesada por si só. 

Espero ser feliz no futuro.

13 janeiro 2022

Minha eterna companheira

O objetivo desse blog é eternizar momentos na minha memória, sejam eles bons ou ruins. Eu gosto de escrever porque me traz uma sensação de conforto. Esse texto, em especial, espero ler daqui a uns 38 dias. Até lá saberei o que irei fazer da vida.

Esse momento de espera é angustiante. Passei minha vida inteira estudando para uma prova achando que ela fosse salvar minha vida. Estou esperando esse momento chegar para eu finalmente começar a viver. E eu sei que isso não é uma coisa boa. Passar na faculdade, sair da casa dos meus pais, "ser independente" não vai fazer com que eu comece a viver a minha vida. Preciso fazer isso agora. Mas não consigo. 

Daqui a 38 idas voltarei para contar se vou para a faculdade ou não. Mas melhor do que isso: vou contar que, independentemente da resposta, eu vou começar a viver.

Estou tentando arrumar coisas para fazer nas férias. Tenho dedicado meu tempo quase 100% a dançar, ler (estou viciada em Shakespeare e Agatha Christie) e escrever para o outro blog (que é o meu trabalho). 

Estou escrevendo esse texto enquanto ouço Manhã de Carnaval, disco do Tom Jobim que possui uma capacidade gigantesca de me acalmar. E eu preciso me acalmar. 

Ando muito próxima da minha eterna companheira: a ansiedade. Passamos nossas manhãs juntas e dormimos agarradas (ou melhor, não dormimos). Ando com olheiras profundas de madrugadas mal dormidas e que estão ficando roxas, a prova de que não estou bem.

Me sinto mal por ter tanto tempo, não trabalhar e mesmo assim não estar feliz. Tenho o dia todo para fazer o que eu quiser e mesmo assim não estou feliz. Eu gosto de rotinas. De trabalho. De fazer algo. 

Acordo às 7. Tomo café assistindo Seinfeld. Trabalho um pouco no blog. Estudo espanhol. Faço almoço. Arrumo cozinha. Treino com o youtube. Tomo banho. Tomo café. Trabalho mais. Estudo filosofia. Estudo programação. Passeio com a Mel. Leio Shakespeare. Faço janta. Tento dormir. Não consigo. Acordo. Tomo café...

Hoje fui a rua para pagar um boleto e trocar meus livros na biblioteca municipal, tenho ido lá direto. Passo horas escolhendo qual livro vou levar e nem vejo o tempo passar enquanto me divirto descobrindo autores e obras as quais tenho muita vontade de conhecer.

Queria ter alguém para falar sobre livros. Tenho um instabook, mas tá ficando chato. Criar conteúdo é a minha paixão, mas quando mistura o prazer de ler com a responsabilidade de criar conteúdo todos os dias, fica chato. Não estou muito mórbida esses dias, apesar de bem existencialista. Isso eu sempre estou. Principalmente agora.

Peguei "O Estrangeiro" do Camus, e foi bem engraçado. Estou estudando desde ontem sobre ele e foi o primeiro livro que vi hoje na biblioteca, foi como se o livro me chamasse, ele me atraiu e me conquistou. Uma vez conquistada por Camus e pelo absurdo, nunca mais voltamos ao velho homem. Não quero mais ser a velha Clara. Quero ser a Clara que nunca tive a oportunidade de ser.

Tirando as coisas ruins, tem sido um tempo bom. Para me dedicar aos meus estudos e aos meus hobbies. Tenho lido bastante, vi bastante filmes clássicos em Dezembro, mas parei porque enjoei e filme, mas estou voltando aos poucos. Estou assistindo "Chinatown", porque ainda estou focada em assistir os clássicos da década de 70. Depois vou para a de 80. Assistir filmes clássicos não é fácil, exige muito de nós, assim como um livro de Camus. Porque o cinema foi feito para nos virar do avesso, se não o faz, não tem muita qualidade, normalmente.

Tenho retomado o gosto pelo exercício físico, estou me aventurando mais na cozinha. E o melhor, ou pior: tenho lidado muito comigo. Meus pensamentos e tudo aquilo que sou, mas eu não conheço.

Espero voltar com boas notícias. 



27 dezembro 2021

A semana da saudade 10-11/09

 Terça-feira (07/12/21), foi a missa da formatura na Igreja Matriz na praça de Manhuaçu. Foi o primeiro gostinho da saudade que estava por vir. Após a missa, saímos para o Cantina e ficamos lá até às 22, conversando como se nada tivesse acontecendo, como se aquela não fosse uma das últimas vezes que estávamos nos vendo. 

Quinta foi a formatura, às 9 da manhã. Apesar do horário, de não ter sido muito bonito como as outras escolas, foi muito especial. Os professores falando de nós com lágrimas nos olhos e a gente com muita gratidão no peito por tudo que fizeram por nós. Entreguei o presente para o Társis e para a Érika, dois professores que moram no meu coração. 

Almoçamos no Cantina e fomos para a AABB tirar fotos, foi muito divertido. A gente rindo e fazendo gracinhas sem pensar na saudade que sentiríamos das brincadeiras e de todo carinho. Foi especial. Cheguei em casa cansada do dia, mas o aperto no meu coração era maior do que qualquer cansaço que eu poderia sentir. 

No dia seguinte começaria nossa confraternização. Fui para a casa da Ana Clara e de lá o pai dela nos levou até a chácara da Mariane, que é linda por sinal. Possui piscina, balanço, escorregador, rede, um deque, e um contato bonito com a natureza. 

A sexta foi especial. Nadamos, dançamos, balançamos, e jogamos muita sinuca. O Betinho, a Érika e o Társis foram. Além disso, cantamos muito no karaokê, eu a Mari e a Ester. Gritamos de tanto cantar. Entreguei as cartinhas de todo mundo e foi um momento que ficou eternizado no meu coração.

Já de madrugada, jogamos uno e quem era mais provável, ficamos resenhando muito tempo e lá pelas 4 fui dormir. Às 8 estávamos de pé para um café da manhã lindo, e depois resenhamos mais e começou a hora de arrumarmos tudo para irmos embora. 

Depois, enterramos a nossa cápsula do tempo, dissemos algumas palavras e nos despedimos. Espero que não para sempre, mas por um tempo. 






Com amor, Clara

06 dezembro 2021

Um dia frio, mudanças, "normalidade" e muita esperança!



Esse não vai ser um post que normalmente vocês encontram por aqui. Talvez não tenha nem utilidade para alguns, mas eu queria muito trazer esse jeito mais pessoal de escrever aqui para o blog. Talvez eu crie outro, para ser uma espécie de diário, ainda não sei, o que acham?

Hoje é quinta (22/07) e estou desde segunda aqui na casa de uma amiga que mora em um sítiozinho lindo em uma área mais afastada da minha cidade. Aqui é lindo, mesmo com o frio do inverno que me desanima bastante. Tem umas cachoeiras aqui do lado, muita natureza e até um balanço feito com cordas no meio de duas árvores que é bem gostoso de balançar. Eu adoro vir para cá.