O objetivo desse blog é eternizar momentos na minha memória, sejam eles bons ou ruins. Eu gosto de escrever porque me traz uma sensação de conforto. Esse texto, em especial, espero ler daqui a uns 38 dias. Até lá saberei o que irei fazer da vida.
Esse momento de espera é angustiante. Passei minha vida inteira estudando para uma prova achando que ela fosse salvar minha vida. Estou esperando esse momento chegar para eu finalmente começar a viver. E eu sei que isso não é uma coisa boa. Passar na faculdade, sair da casa dos meus pais, "ser independente" não vai fazer com que eu comece a viver a minha vida. Preciso fazer isso agora. Mas não consigo.
Daqui a 38 idas voltarei para contar se vou para a faculdade ou não. Mas melhor do que isso: vou contar que, independentemente da resposta, eu vou começar a viver.
Estou tentando arrumar coisas para fazer nas férias. Tenho dedicado meu tempo quase 100% a dançar, ler (estou viciada em Shakespeare e Agatha Christie) e escrever para o outro blog (que é o meu trabalho).
Estou escrevendo esse texto enquanto ouço Manhã de Carnaval, disco do Tom Jobim que possui uma capacidade gigantesca de me acalmar. E eu preciso me acalmar.
Ando muito próxima da minha eterna companheira: a ansiedade. Passamos nossas manhãs juntas e dormimos agarradas (ou melhor, não dormimos). Ando com olheiras profundas de madrugadas mal dormidas e que estão ficando roxas, a prova de que não estou bem.
Me sinto mal por ter tanto tempo, não trabalhar e mesmo assim não estar feliz. Tenho o dia todo para fazer o que eu quiser e mesmo assim não estou feliz. Eu gosto de rotinas. De trabalho. De fazer algo.
Acordo às 7. Tomo café assistindo Seinfeld. Trabalho um pouco no blog. Estudo espanhol. Faço almoço. Arrumo cozinha. Treino com o youtube. Tomo banho. Tomo café. Trabalho mais. Estudo filosofia. Estudo programação. Passeio com a Mel. Leio Shakespeare. Faço janta. Tento dormir. Não consigo. Acordo. Tomo café...
Hoje fui a rua para pagar um boleto e trocar meus livros na biblioteca municipal, tenho ido lá direto. Passo horas escolhendo qual livro vou levar e nem vejo o tempo passar enquanto me divirto descobrindo autores e obras as quais tenho muita vontade de conhecer.
Queria ter alguém para falar sobre livros. Tenho um instabook, mas tá ficando chato. Criar conteúdo é a minha paixão, mas quando mistura o prazer de ler com a responsabilidade de criar conteúdo todos os dias, fica chato. Não estou muito mórbida esses dias, apesar de bem existencialista. Isso eu sempre estou. Principalmente agora.
Peguei "O Estrangeiro" do Camus, e foi bem engraçado. Estou estudando desde ontem sobre ele e foi o primeiro livro que vi hoje na biblioteca, foi como se o livro me chamasse, ele me atraiu e me conquistou. Uma vez conquistada por Camus e pelo absurdo, nunca mais voltamos ao velho homem. Não quero mais ser a velha Clara. Quero ser a Clara que nunca tive a oportunidade de ser.
Tirando as coisas ruins, tem sido um tempo bom. Para me dedicar aos meus estudos e aos meus hobbies. Tenho lido bastante, vi bastante filmes clássicos em Dezembro, mas parei porque enjoei e filme, mas estou voltando aos poucos. Estou assistindo "Chinatown", porque ainda estou focada em assistir os clássicos da década de 70. Depois vou para a de 80. Assistir filmes clássicos não é fácil, exige muito de nós, assim como um livro de Camus. Porque o cinema foi feito para nos virar do avesso, se não o faz, não tem muita qualidade, normalmente.
Tenho retomado o gosto pelo exercício físico, estou me aventurando mais na cozinha. E o melhor, ou pior: tenho lidado muito comigo. Meus pensamentos e tudo aquilo que sou, mas eu não conheço.
Espero voltar com boas notícias.
Oi, tudo bom? Achei o seu texto interessante, vou lhe dizer que as vezes me sinto assim, pareço bem perdida com todas as minhas dúvidas, de vez em quando vejo que... ou sinto que, não estou feliz isso parece muito estranho, me perco em algumas coisas. Eu gostaria de ler Shakespeare, mas ainda não conseguir, que bom que você começou a praticar alguma atividade física, isso é muito bom. Grande abraço, fique bem.
ResponderExcluirE sim, as vezes eu também queria alguém pra falar dos meus porquês, Parece esquisito tanta prisão que a gente se coloca.
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